Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas foi tema principal de debate no painel da CBMC

O evento reuniu instituições e governo local para discutir medidas e ações concretas em prol da adaptação aos efeitos do clima na cidade.

 

A capital pernambucana é uma das principais cidades brasileiras que vem buscando intensificar esforços e ações em resposta ao desafio provocado pelas consequências das mudanças climáticas. Neste contexto, foi apresentado nesta quarta-feira (06), o painel “Riscos e vulnerabilidades climáticas. Pensando estratégias: Caso do Recife”. O evento faz parte da série de ações vinculadas à programação da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC). A iniciativa, realizada pela primeira no Recife, deu início, pela manhã, às atividades que reúnem ONGs, movimentos sociais, instituições governamentais, a comunidade científica e o setor privado e público do país. Os encontros, que seguem com ações até a sexta (08), buscam dialogar e estimular a formulação de propostas para a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira, documento do governo brasileiro que registra os principais compromissos e contribuições do Brasil para o futuro acordo climático negociado durante o Acordo de Paris. 

 

A banca de discussões, reunida no Arcádia Paço Alfândega, foi realizada pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina; ICLEI América do Sul; Prefeitura do Recife; WayCarbon e WWF. Presente no painel, o Prefeito do Recife e Presidente do ICLEI, Geraldo Júlio, discursou sobre a necessidade de esforços conjuntos para lidar com a questão climática nas cidades e municípios. "Estamos falando aqui de uma análise de riscos, vulnerabilidades e estratégias de adaptação e para isso temos como parceiros instituições importantíssimas como o ICLEI, a CAF, o Way Carbon e WWF, então imagine o privilégio que o Recife tem de estar acessando o conhecimento desenvolvido com essa parceria para fechar sua análise de vulnerabilidades e poder traçar ações concretas para preservar vidas e diminuir os prejuízos causados a qualidade de vida dos cidadãos. O propósito também é disponibilizar essas medidas e tudo aquilo que foi realizado no Recife para outros municípios do estado."

 

O tema central do evento foram as apresentações das projeções climáticas futuras, com destaque à importância dos municípios brasileiros a se adaptarem à mudança do clima e incorporarem informações climáticas em seu planejamento estratégico. 

 

No decorrer das apresentações, a equipe técnica que elaborou o estudo sobre as ações concretas de mitigação, composta por representantes do Way Carbon e Instituto da Cidade Pelopidas Silveira (ICPS) e equipe técnica da Prefeitura do Recife, detalharam as ações contidas no Plano de Adaptação Climática desenvolvido com base na Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas e Estratégia de Adaptação do Município do Recife, instrumento importante para o planejamento urbano sustentável local. O documento lança um novo método de avaliação de vulnerabilidades climáticas através do Plano. 

 

Cada ação do estudo apresentado relaciona-se a uma ou mais categorias de aspectos de vulnerabilidade do Recife. Dentre elas constam inundações, ondas de calor, deslizamento, seca meteorológica, vetores de doenças e elevação dos níveis do mar. As análises foram divididas levando em consideração às características urbanas das Regiões Político Administrativas (RPAs) compostas por 94 bairros do Recife. Cada um deles adquiriu um posicionamento ranqueado que assinala as regiões mais afetadas pelo clima devido às futuras consequências de sua mudança. 

 

Também foram abordados medidas que podem ser empregadas por governos locais para o avanço da agenda de resiliência. Dentre elas, figuram a requalificação urbana em áreas inundáveis; o enfrentamento de ameaças de inundação e deslizamento; a modernização das redes de drenagem existentes; aumento da eficiência do sistema de abastecimento hídrico, dentre outras ações citadas durante o debate. 

 

Secretária em exercício de Meio Ambiente do Recife, Raquel Moraes pontuou a importância premente da adoção de ações que mitiguem os efeitos climáticos. “É importante destacar que os municípios brasileiros devem se adaptar às mudanças do clima e incorporar informações climáticas no planejamento estratégico. É por isso que Recife, hoje, está reconhecendo a emergência climática. Não podemos mais somente falar sobre enfrentamento às mudanças do clima, mas sim reconhecer a emergência do assunto. Recife sai a frente por ser o primeiro município brasileiro a reconhecer isso", finalizou. 

 

 

 

 

SOBRE O ICLEI - O ICLEI é uma rede global de mais de 1.750 governos locais e regionais, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), e o maior compromisso é com desenvolvimento urbano sustentável. Mais de cem países integram a rede e desenvolvem ações locais para políticas de sustentabilidade, com o desenvolvimento de baixo carbono.

 

Com a associação ao ICLEI, a Prefeitura do Recife passou a dispor de uma série de ferramentas, consultoria e articulação internacional voltada para a construção de uma cidade mais sustentável e harmônica com sua natureza. Atualmente, o prefeito Geraldo Julio é presidente do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade para a América do Sul, instituição que conta com mais de 1.000 cidades, atuando em 70 países, em prol das questões do meio ambiente.

 

Imagens: Andrea Rego Barros/PCR

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