Mais de 30 representantes de instituições se reuniram no Forte do Brum e no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Derby) para a elaboração do Plano de Manejo UCN estuário do Rio Capibaribe. Entre os dias 22 e 25 de novembro, profissionais de saúde, educação e meio ambiente, empresariado local, sociedade civil organizada, técnicos e gestores dos governos municipal e estadual, universidades federais e estadual estiveram nas Oficinas de Diagnósticos e participação social e categorização, zoneamento e programas com o objetivo de definir as estratégias de conservação e os possíveis usos dessa área. O encontro marcou também as celebrações do Dia do Rio, que ocorreram nesta quinta-feira (24).
As oficinas foram divididas em duas etapas: o primeiro momento participativo para a elaboração dos diagnósticos das áreas, que também conta com pesquisas em fontes bibliográficas, trabalhos de campo, sobrevoos de drone e análises de imagens. Já a segunda fase, incluiu a apresentação do diagnóstico da área, a proposição e discussão sobre a categoria de manejo, o zoneamento e os programas. No que se refere à categorização, a UCN do Rio Capibaribe foi proposta como Área de Proteção Ambiental (APA).
Rosangela Marinho, enfermeira da Upinha do Pilar, enfatizou sobre a importância do momento para o conhecimento da flora e fauna do local. “Dialogar com os técnicos sobre a preservação e importância desses espaços foi de extrema relevância. Quando a gente olhar para o rio ou para os espaços próximos teremos um novo olhar e vamos tentar contemplar de maneira mais abrangente a fauna e flora desses locais, que, inclusive, muitos deles foram catalogados, como foi demonstrado nesse encontro. Fiquei muito feliz e satisfeita com os resultados, as discussões e as trocas de experiências”, disse.
Já o professor Felipe Aléssio, da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) e coordenador do Portal de Zoologia de PE, avaliou o encontro como positivo e destacou a construção coletiva para a elaboração do documento. “ Achei bem interessante que a Prefeitura abriu a discussão para um público amplo, que envolve profissionais da sociedade civil e organizada. Unir todos esses olhares para construção de um documento foi bem interessante. Eu nunca tinha participado de um evento, por exemplo, que tivesse utilizado a cartografia participativa, um mapa bem grande e que todo mundo pudesse de fato deixar a sua colaboração e a sua análise sobre essa determinada localidade. Realmente foi bem divertido, didático e construtivo”, avaliou o professor.
O próximo passo será a apreciação do Plano de Manejo da UCN Estuário do Rio Capibaribe pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). A apresentação deste Plano de Manejo (PM) totaliza a conclusão de 23 PM, restando apenas os das Unidades de Conservação: UCN Engenho Uchoa e Parque Natural Municipal dos Manguezais Josué de Castro.
Resumo da UCN Estuário do Rio Capibaribe
A UCN Estuário do Rio Capibaribe ocupa uma área de 4.778.200 m² (477,82 hectares), o que corresponde a 2,2% do território da cidade do Recife (Figura 1). A UCN está situada na bacia hidrográfica do Rio Capibaribe. Esta inserida nas Regiões Político Administrativas: I, III, IV, V e VI; Bairros abrangentes: Recife, Santo Amaro, Cabanga, Ilha do Leite, Paissandu, Santo Antônio, São José, Coelhos e Ilha Joana Bezerra (na RPA 1); Derby, Graças, Jaqueira, Monteiro, Poço da Panela e Santana (na RPA 3); Cordeiro, Ilha do Retiro, Iputinga, Madalena e Torre (na RPA 4); Afogados (na RPA 5) e Brasília Teimosa, Imbiribeira e Pina (na RPA 6).
Planos de Manejo - Recife possui cerca de 38% de seu território protegidos por 25 Unidades de Conservação da Natureza (UCNs), que somadas às demais áreas verdes da cidade, como Imóveis de Proteção de Área Verde (IPAV) e arborização urbana, destacam a capital pernambucana como referência em proteção ambiental. Em março de 2018, a Prefeitura do Recife deu início à elaboração dos Planos de Manejo das 25 UCNs, já tendo sido apreciados e aprovados pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente 22 Planos de Manejo. Os Planos de Manejo são fundamentais instrumentos de gestão socioambiental das Unidades de Conservação, e sua implementação deve refletir no aprimoramento das iniciativas de conservação e usos sustentáveis destas que são as mais importantes áreas naturais da cidade, beneficiando toda a população do Recife. Todas as Unidades contribuem para a proteção do Bioma Mata Atlântica e seus ecossistemas associados da capital pernambucana.